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Água subterrânea no tempo

Água subterrânea no tempo

Muitas civilizações antigas fundamentavam-se nos amplos suprimentos de água subterrânea tão bem como nos de água de superfície; muitas clinaram por falta de água.

Os antigos persas construíram túneis e poços para atingirem lençóis aquíferos. Os remotos egípcios e chineses estavam bastante familiarizados com métodos de perfuração que lhes permitiam obter água do subsolo.

Uma das mais remotas referências bíblicas à água subterrânea é a história de Moisés batendo a rocha com o seu bordão e fazendo surgir uma fonte de água. A perícia revelada na construção no poço de José, no Cairo, o faz um dos mais conhecidos dentre os poços antigos. Escavado em rocha sólida, foi construído em duas partes: uma superior, com cerca de 50 m de profundidade e secção de 5,50 m x 7,30 m, e outra inferior, com cerca de 40 m de profundidade, perfazendo o todo, pois, uma profundidade de 90 m. A água era levantada por meio de caçambas sobre uma corrente sem fim; as do poço inferior acionadas por jumentos que se moviam em uma câmara no fundo do poço superior.

O interesse geral na perfuração de poços, substituindo a escavação, foi despertado no século XII, quando se perfurou com sucesso um poço em Artois, França, em 1126. A palavra “artesiano” deriva do nome dessa localidade.

Um poço artesiano cuja perfuração foi iniciada em 1833 e concluída em 1841, em Grenelle, perto de Paris, foi por muitos anos o poço mais profundo do mundo, com 549 metros. A sua construção é única por ter proporcionado muita experiência na sondagem de poços, na perfuração de rochas e na recuperação de ferramenta quebrada.

A ciência da perfuração de poços profundos tomou grande impulso com a perfuração do poço de Passy, em Paris, concluída em 1857. O poço, com 0,70 m de diâmetro, foi levado a uma profundidade de 586 m e fornece 21.150 m³ de água por dia, a uma altura de 16,50 m acima do solo.

 

 

Texto retirado do livro Água subterrânea e poços tubulares

REFERÊNCIA

JOHNSON, Edward E. Água Subterrânea e Poços Tubulares. 3. ed. São Paulo: CETESB, 1978.


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