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O Tibagi e o mundo paranaense das águas

O Tibagi e o mundo paranaense das águas

Os rios estão em todos os quadrantes do estado do Paraná, cuja superfície é de aproximadamente 200.000 km². Desse mundo de águas, faz parte o Tibagi, segundo mais extenso, com 550 km. Nenhum outro é tão encantador.  No “grande cenário de montanhas e florestas, o Tibagi é feroz e belo como o próprio Éden”, anotou o engenheiro inglês Thomas Bigg-Wither, em 1874, que encontrou o rio em sua quase plenitude. Desde então, as intervenções do homem alteraram panoramas e poluíram a água, mas, justamente pela ferocidade, o Tibagi mantém belezas. A sua reserva de energia, que impõe a construção de hidrelétricas, é um tema da atualidade.

No Paraná, as maiores bacias são duas: a do leste, em que os rios correm para o Oceano Atlântico, e a do rio Paraná, a oeste, onde está o Tibagi, que, ocupando a posição de segundo maior rio da América do Sul, nasce da junção do Parnaíba e do Grande, na divisa entre Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

Conforme a interpretação mais recente, o rio Paraná tem aproximadamente 3.000 km de extensão, passa pelo estado homônimo e termina no estuário do rio da Prata, do qual é o maior formador, na Argentina. Nos registros anteriores, a extensão varia entre 4.300 e 4.600 km e até 4.800 pela inclusão do Paranaíba, segundo a Itaipu Binacional.

A região hidrográfica do Paraná abrange 879.860 km² no Brasil, uma das áreas de maior desenvolvimento econômico, concentrando 1/3 da população brasileira. São 400 km no estado do Paraná, com divisa concentrada no Mato Grosso do Sul e no Paraguai.  

A partir do ponto em que recebe o Paranapanema, o Paraná tem muitas ilhas e se alarga, de 3 a 4 km para 12 e 14 km no trecho que vai de Porto Camargo à foz do Piquiri, constatou o geólogo Reinhard Maack, autor da Geografia Física do Estado do Paraná, trabalho anterior à construção da hidrelétrica de Itaipu, que causou alterações no curso do rio. O represamento fez desaparecer Sete Quedas em Guaíra, “uma das maiores cachoeiras do mundo”, comparou Maack. No canal de 60 a 80 m de largura, ao longo de 54 km, a vazão de Guaíra chegava a 70.000 m³ por segundo.

As bacias dos rios paranaenses no sentido leste totalizaram 14.600 km², constituindo a bacia do Oceano Atlântico. Os que correm para o oeste formam a bacia do rio Paraná, mais de 80% da superfície estadual: 186.300 km². A macrobacia compõe-se de oito bacias principais: Iguaçu, cuja extensão é de 900 km, Paranapanema, Itararé, Cinzas e Laranjinha em conjunto, Pirapó, Piquiri, que mede 484 km, Ivaí, de 685 km de extensão, e Tibagi, 550 km. Relacionam-se, também, pequenas bacias.

O maior afluente do Paranapanema, Tibagi, divisa os estados do Paraná e São Paulo na extensão de 392,9 km até a foz no Paraná. O Paranapanema nasce do estado paulista e, na margem esquerda (paranaense), sua bacia é de 55530 km² e, de acordo com Maack, a sua “foz é considerada o marco zero da divisa do estado do Paraná.”

 

 

Texto adaptado do livro Rio Tibagi nas águas da história: navegando pelo patrimônio, cultura e paisagem.

REFERÊNCIA

SCHWARTZ, Widson. Rio Tibagi nas águas da história: navegando pelo patrimônio, cultura e paisagem. Ponta Grossa: ABC Projetos, 2014.


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